Litterae et una vita et idem.

A Literatura e a Vida são unas!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Provérbio Primeiro


"A própria lança contra o próprio escudo"
Era uma vez...
    Um país cujo povo não era racista.
    Já imaginaram Pátria assim? Tamanha e com tanta tolerância?
    Pois é. Até custa a crer em tal coisa.
    Que era dádiva divina, dizia o povo.
    O povo de que vos dou notícia, havia, em tempos remotos, sido um dedicado retransmissor da fé divina, a verdadeira, a católica, a apostólica, a romana, que espalhou pelos quatro cantos da Terra, abandonando os seus lares a troco de nada. Apenas aguardando a salvação. Futura.
    Em compensação, porque nestas coisas da fé tal como na vida em geral as compensações são sempre matéria a ter em linha de conta e nunca devem ser descuradas sob a ameaça de para sempre nos penitenciarmos, o Deus verdadeiro glorificou este povo dotando-o em generosidade e benevolência para com todos os outros povos.
    Ao fim e ao cabo todos somos filhos de Deus, ou não será assim?
    Nesta confraria de bondade apenas se levantavam algumas dúvidas e muitos obstáculos para com os Mouros, os Judeus, os Índios (de ambas as índias), os Pretos, os Ciganos, os Imigrantes, qualquer espécie de transumantes ou tendentes ao nomadismo, marca de primitivismo dos povos e como se sabe pouco católica, e os Pobres.
    O curioso da história é que este povo era um povo de mouros, judeus, índios, pretos, ciganos, imigrantes, emigrantes, apresentava um elevado grau de transumância crónica e ancestrais tendências nómadas, por detrás da fachada católica habitavam mais as seculares tradições pagãs, e mais, era sobre todas as coisas um povo essencialmente pobre.
    Pobres de espírito!
    Como acabou a história? Bolas, isso já vocês deviam saber!
    Felizmente ao contrário do afirmado por doutas sapiências, a História ainda não acabou, nem mostra sinais de envelhecimento.
    Mas caminha para um final triste: AUTODESTRUIÇÃO!
jaime crespo

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