Litterae et una vita et idem.

A Literatura e a Vida são unas!

sábado, 29 de outubro de 2011

Encontro pela retirada do plano da troika/passos

Próximo sábado, 5 de novembro, 15 horas, na Associação 25 de Abril, em Lisboa, encontro aberto promovido pela Comissão pela Proibição dos Despedimentos, para debater a exigência da retirada do acordo troika/passos/sócrates.
O momento, como nos demonstram gregos e troianos, não é de ficar na espetativa. A tua participação é importante. Comparece! Eu vou lá estar...
http://proibicaodosdespedimentos.blogspot.com/

sábado, 8 de outubro de 2011

Luís Miguel Rocha, o bestseller português



Pequeno ensaio de como escrever com prazer e para vender
Análise a partir das obras: “o último papa” e “a mentira sagrada”.
Os tempos em que se discutia o cânone literário à mesa dos cafés e nos botequins de Lisboa, Porto e Coimbra, por vezes terminando essas discussões na rua à bengalada, ou em menor caso, o assunto não era para tanto, na bazófia do duelo, já lá vão mas os puristas continuam por aí, melhor ou pior instalados, tentando impor aos outros o seu gosto leitor.
Não sei se o prazer, prazer em escrever, é motivação primeva a todos os que exercem e cultivam o ofício das letras, sem querer ser arrogante, para mim, esse estado, prazeroso, é a base de todo e qualquer texto literário. E desconfio que o prazer de foder os outros também está por detrás da escrita legislativa… 
Se o comité Nobel recusou o prémio a Raymond Chandler apodando-o de “ser um escritor de policiais”, pior se desculparam a James Joyce, alegando em favor da recusa do prémio, tratar-se de um escritor marcado “pela inovação e pioneirismo na literatura”…
Portanto, o melhor é que cada qual leia o que lhe interessa e deixe as doutas opiniões para os enfatuados das academias.
Determinados assuntos foram deixados de parte, eram teoria da conspiração, alegavam uns, mentiras depravadas, outros. Estou convencido se "a bíblia" fosse escrita hoje, o autor não encontraria editor...
De tal sorte que não sei quando a intriga, o romance, a traição, o crime, etc. que sempre constituíram a farinha, o sal e o fermento da urdidura literária, passaram a merecer o desprezo de todos os cânones.
A um amigo que escrevia razoavelmente bem, perguntei porque não se aventurava a escrever um livro? Respondeu-me que todos os temas estavam esgotados desde os gregos.
Os temas talvez, que não a indomável vontade de escrever, a não ser assim, Shakespeare, que não era grego, seria um perfeito desconhecido.
O que é certo, é que os romances de intriga, traição, crime, foram banalizados e durante tempos apenas se consideravam para o ato literário os assuntos sérios, criando-se assim uma literatura aborrecida de morte.
Em boa hora, outros terão intentado sem obterem contudo sucesso, Umberto Eco, com o seu “nome da rosa” vem recuperar para a liça este género aviltado e abrir nova janela de oportunidades a escritores e leitores sedentos de diversão.
Neste contexto, passado que foi o tsunami “o código Da Vinci”, de Dan Brown, encontramos para melhor, em estilo, escrita, urdidura do romance e sobretudo com uma tecelagem policiaria aceitável, enquanto em Brown essa tessitura, de tão pueril chega a ser imbecilizante, o português Luís Miguel Rocha, oferece-nos obras sólidas, com horas de boa leitura e diversão pegada, provando que se pode escrever com classe e categoria sem que o assunto seja sério, a influência dos discursos de barak Obama na alteração do clima, por exemplo, e ainda assim construir literatura.
E espero, ganhar dinheiro.

Jaime Crespo