mas também há momentos nos quais somos agradavelmente apanhados por verdadeiras obras de arte, executadas por artistas anónimos, os do "millieu" reconhecem a assinatura de cada um, estes sim, graffitis e graffiteiros na sua mais pura essência.
ontem, a caminho da estação de queluz - belas, deparei com um momento destes. duas frases que pelo desvanecido da tinta, já lá estarão escritas há bastante tempo, mas nas quais, eu, ou por ir ligado às preocupações quotidianas, preso entre a azáfama diária ou subjugado ao stresse avassalador, nunca tinha reparado, ou se o fizera, não ligara.
são duas frases de rara beleza poética. uma, escrita no chão diz simplesmente "poesia-me", a outra, para mim ainda mais bela e complexa na sua expressividade poética, assenta na parede à entrada da estação, "empresta-me um abraço".
ai! como a beleza pode ser um gesto de mão tão simples.
(prometo que quando tiver fotos das frases as mostrarei aqui. até lá, parabéns ao anónimo poeta)