Litterae et una vita et idem.

A Literatura e a Vida são unas!

sábado, 3 de setembro de 2011

João Paulo Guerra - diz que é uma espécie de democracia

... ou de país.
João Paulo Guerra, um dos resistentes jornalistas de "J", ou seja, daqueles que não usam a profissão como entrega de encomendas e que gostam de investigar fatos e não se inibem de um olhar crítico sobre os acontecimentos que nos rodeiam.
Além de tudo o mais é uma pessoa bem disposta e humorada. Ouvir a sua leitura dos títulos dos jornais, todas as manhãs pelas 8:20, na Antena 1, o que seria um frete para muitos, é na voz de João Paulo Guerra um dos momentos do dia, para quem se dá, ou pode, ao privilégio de o ouvir. E constitui um bom antidepressivo para os maus tempos que vivemos. Termina sempre com um remoque cheio de humor e atingindo o sítio certo, na "mouche". 
Ao ler este conjunto de crónicas, escritas entre outubro de 1999 e dezembro de 2008, ficamos com o olhar e pensamento sobre uma panóplia de acontecimentos ocorridos neste país, alguns tão ridículos improváveis, kafkianos, que provavelmente já esquecemos, mas que a pena do João faz questão em recordar-nos.
Depois, o autor tem um estilo de escrita tão leve e prenhe de humor que o livro se eleva à categoria de antídoto contra qualquer espécie de olvido ou tentativa de cair no ensimesmamento.
E apesar de tudo, de compreendermos como o país e todos nós nos deixámos atolar nesta piscina de merda, por não darmos importância ao rol de pequenas coisas, aqui relembradas, constitui uma autêntica farra a leitura desta obra.

Aqui vos deixo a apresentação do livro disponibilizada pela livraria online "wook":
Jaime Crespo
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João Paulo Guerra entrevistado por Sofia Roque, no Esquerda.net