vou à janela para ver o mar mas só nevoeiro, chuva e... o d. sebastião que se faz tarde e não vem e o salgueiro maia que cedo foi posto em sossego... ah fado lusitano!
Litterae et una vita et idem.
A Literatura e a Vida são unas!
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Redações.1
Portugal
Portugal
é o país onde eu nasci.
Portugal
é um país muito lindo e bonito.
Portugal
tem tudo:
Mar,
praias, cidades, campo, ilhas, planície, montanhas e, até, planaltos.
Tem
verdejantes prados onde pastoreiam simpáticas vaquinhas que sorriem para nós e
nos piscam o olho, mas que nos dão bom leite para bebermos, fazer queijo,
yogurte, manteiga e ainda nos dão saborosa carninha para bifes.
Ainda
temos peixe fresco, marisco apetitoso, ovelhas branquinhas, cabras
estonteantes, porcos foções comendo bolota, fruta fresca todo o ano e mel das
azafamadas abelhas.
Às
vezes, ardemos no verão mas isso é apenas para as noites serem mais quentes e
luminosas.
Portugal
é um país onde os ricos se deslocam aborrecidos nos seus bólites topo de gama e
último modelo e os outros deslocam-se em carros velhos, presos por arames, e no
interior pobrezinhos, humildes mas contentinhos da silva para irem ao médico,
junta de freguesia, finanças... vão de carroça puxada por jumentos ou bois. É
muito peculiar e agrada muito aos turistas.
E
lá em cima, no céu azul, brilha o sol da nossa simpatia.
Em
Portugal temos um governo que tira aos pobres e dá aos ricos, mas compreendemos
isso, afinal sempre foi assim e sempre assim será como diz o fado nosso lamento
nacional de um povo que lava no rio as tábuas do seu caixão.
Portugal
tem as prisões a abarrotar de perigosos pilha galinhas mas os senhores de
fatinho, gravata e sapatos tão bem engraxados que se podem pentear neles como
se fossem um espelho gozam de imunidade, roubam, roubam aos milhões, mas com
simpatia e elegância, coitadinhos, perdoas-lhes tu com uma mão que eu perdoo
com a outra.
Em
Portugal tratamos os inimigos ou quem não gramamos com piadinhas e risota, até
o ódio tem alegria, nos outros países anda tudo à estalada e a atirarem
petardos uns aos outros. É um país muito calmo e de gentes pacíficas.
Em
Portugal temos Fátima onde no dia 13 os bispos nos ordenaram que tivéssemos fé.
Temos
a CGTP que organiza manifestações e no final das quais o senhor Arménio Carlos
nos recomenda esperança.
Os
portugueses gostam muito de viajar, por isso há portugueses em quase todos os
países do mundo, mas não são emigrantes como se diz, são viajantes uns,
turistas outros.
Em
Portugal ainda se espera por uma manhã de nevoeiro que nos devolva o D.
Sebastião.
Em
Portugal, como dizia Mário Cesariny de Vasconcelos “a imaginação não pode voar
alto porque o teto é muito baixo”.
Portugal
é um país bonito e lindo.
Portugal
é o meu país.
Jaime Crespo
terça-feira, 26 de março de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Ainda se morre de amor
Nestes tempos assoberbados pelos interesses materiais e pelo
sucesso imediato, controlados pela rigidez das operações de somar e de subtrair
que os génios da economia nos vão impondo perante a passividade geral, ainda
vão acontecendo histórias de pasmar e que nos fazem ter esperança na
humanidade, outra.
Vejam senão, a seguinte história que amigo meu me contou.
Vésperas de natal, numa pequena vila do alto alentejo,
faleceu o último dos marialvas da terra e provavelmente dos restantes no país.
Sempre aprumado, calça justa de peitilho, camisa branca
impecável, colete e jaqueta feitos por encomenda e medida. As faces toldadas
por vastas patilhas, barba sempre feita no resto da cara. Aos pés, bota ou
botim, bicudos e de salto, em cabedal moldando-se ao próprio pé. A cabeça
guarnecida por largo chapéu, preto ou castanho de acordo com a disposição
geral, daqueles que dizemos “à lavrador”.
Se teve vida folgada e milagrosa, só ele o saberia e esse
como outros segredos levou-os de companhia para a cova.
Do que se sabia na vila é que foi homem de muitas vidas, umas
mais claras que outras e de amores mais de milhentos.
Corre, no entanto, que a dois foi fiel: à esposa, imposta
pela família e sociedade e a uma amante por quem se terá apaixonado ainda ambos
no dealbar da adolescência mas que nunca consumaram esse amor em boda e filhos
por imposição familiar e social, ou outros segredos que só deles são pertença.
Ora, falecido o cavalheiro, eis que a dita amante se
apresenta no portal da igreja matriz para velar o finado amante, amor de toda
uma vida tudo menos clandestina.
Conta o amigo meu que familiares, até na morte a família e a
conveniência social se nos fazem sentir, terá impedido o acesso a tão nobre e
pio ato.
Afastou-se então a dama daquele lugar soturno, já abalada nos
seus sentimentos e meia hora não era decorrida, fraquejava, derramada pelo chão,
morta.
Da carteira quase vazia, caía, dele uma fotografia.
Da carteira quase vazia, caía, dele uma fotografia.
Ainda se morre de amor.
Jaime Crespo
sábado, 19 de janeiro de 2013
nota semibreve em fado maior
o fado, mais que uma expressão musical, é uma filosofia!
expressa vivência sobre o passado, reflete sobre o presente e projeta o futuro.
engloba toda a dimensão humana: o seu esplendor e glória, as suas misérias e humilhações, suas forças ou fraquezas.
o fado, é a filosofia de vida do povo português!
http://youtu.be/7PbZF8enCVE
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