Litterae et una vita et idem.

A Literatura e a Vida são unas!

sábado, 24 de novembro de 2018

teses

Para fundar algumas das teses que aqui irei defender socorrerei-me da obra "o cânone ocidental" de Harold Bloom,, talvez o último da estirpe dos grandes críticos líterários.
Como americano, é claro, focalizou as suas atenções mais sobre a literatura em língua inglesa, mas não deixou de passar o seu olhar arguto pelas literaturas de outras línguas.
Feliz ou infelizmente, a literatura atual perdeu duas peças incontornáveis no jogo do seu xadrez: o editor e o crítico. O primeiro, com o seu crivo, mal ou bem, fazia uma primeira escolha entre o que era publicável e aquilo que deveria permanecer na gaveta do seu autor. O segundo, com as suas críticas, justas ou injustas, por vezes demolidoras, guiava o leitor por entre o cada vez mais insondável labirinto editorial.
Eram muitas vezes injustos. Eram. Mas eram os árbitros do jogo que por vezes viciam o resultado, mas incontornáveis para que o jogo se realize.
Sem eles o jogo é democrático, mais, é anárquico, ficou pior para todos, especialmente para a literatura, mas permite a qualquer um a fugaz alegria da borboleta voar na direção da luz da lâmpada e ver os seus escritos tomarem a forma do objeto livro.
Só por essa alegria vale a pena, mas ninguém me convence que a literatura saiu a ganhar, muito menos o leitor que entregue a si próprio ficou com comportamentos compulsivos de barata tonta, perdido na floresta intransponível de livros publicados, acabando por escolher o pimba como tendência e o vip como autor derradeiiro.


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