Para fundar algumas das teses que aqui irei defender socorrerei-me da
obra "o cânone ocidental" de Harold Bloom,, talvez o último da estirpe
dos grandes críticos líterários.
Como americano, é claro, focalizou
as suas atenções mais sobre a literatura em língua inglesa, mas não
deixou de passar o seu olhar arguto pelas literaturas de outras línguas.
Feliz
ou infelizmente, a literatura atual perdeu duas peças incontornáveis no
jogo do seu xadrez: o editor e o crítico. O primeiro, com o seu crivo,
mal ou bem, fazia uma primeira escolha entre o que era publicável e
aquilo que deveria permanecer na gaveta do seu autor. O segundo, com as
suas críticas, justas ou injustas, por vezes demolidoras, guiava o
leitor por entre o cada vez mais insondável labirinto editorial.
Eram
muitas vezes injustos. Eram. Mas eram os árbitros do jogo que por vezes
viciam o resultado, mas incontornáveis para que o jogo se realize.
Sem
eles o jogo é democrático, mais, é anárquico, ficou pior para todos,
especialmente para a literatura, mas permite a qualquer um a fugaz
alegria da borboleta voar na direção da luz da lâmpada e ver os seus
escritos tomarem a forma do objeto livro.
Só por essa alegria vale a
pena, mas ninguém me convence que a literatura saiu a ganhar, muito
menos o leitor que entregue a si próprio ficou com comportamentos
compulsivos de barata tonta, perdido na floresta intransponível de
livros publicados, acabando por escolher o pimba como tendência e o vip
como autor derradeiiro.
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