Litterae et una vita et idem.

A Literatura e a Vida são unas!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

o vinil está de volta


hellas! cravo vermelho ao peito e bandeiras desfraldadas: 25 de abril em minha casa (o magano de um sapato pregou-me a partida de me fazer uma ferida no pé e mal conseguia andar, pelo que nem pude ir ao carmo nem à trindade), hoje / ontem: há coisa de cinco anos, pela internet, adquiri um gira-discos que me custou cerca de 120 euros e veio da alemanha, um ion, passe a publicidade. o intuito era passar os velhinhos vinis que guardei com cuidado e estima para o formato mp3 e assim poder ouvir todas aquelas velhas músicas. mas o gira-discos também se pode ligar ao amplificador de um sistema de som, vulgo aparelhagem. para entreter o tempo, resolvi, hoje, experimentar a ligá-lo á aparelhagem e maravilha. eu nsempre fui e sou defensor e utilizador, na medida que a carteira o permite, das novas tecnologias e reconheço que nos facilitaram imenso a vida. por outro lado, prazeres houve que perdemos.
eu não ouvia o som de um vinil há quase trinta anos, daí o lançar-me à tarefa com os ouvidos limpos.
foi uma sinfonia de emoções. o tirar o disco da capa e do papel ou plástico protetor, limpá-lo, colocá-lo no prato, ver o disco a girar, deixar cair a agulha suavemente no disco e depois o mistério da maravilha que é aquele som em que até os ruídos soam bem.

a minha filha, com vinte e dois anos, nunca tinha ouvido um vinil a ser tocado. ficou admirada com a qualidade do som e a saber que o 'pai já cresceu depois da era da pedra lascada, apesar da aparência.
só gostava de ver agora, a cara do grunho, dono de um bar onde entrei uma vez e que tinha resolvido colar os vinis à parede como uma boa obra de merda de decoração. ainda por cima, agora que o vinil está de volta e os discos são mais caros que os cd's. toma, embrulha e vai buscar.
alvíssaras para quem adivinhar qual o primeiro disco que ouvi?
não, não foi a grândola, foi a "ópera do malandro", de Chico buarque.
por sinal, um disco que me diz muito. em dezembro de 1989 estava em macau há três meses e só conhecia lá um casal amigo. estava quase só e longe da família. o casal Isabel e Manuel Cavalheiro convidaram-me para a consoada em sua casa, em coloane e como prenda de natal ofereceram-me esse disco.
como as coisas evoluíram vertiginosamente para o cd, não tinha ainda tido oportunidade para ouvir este disco.
estou maravilhado.
bem hajam Cavalheiros pela gentileza de há vinte e cinco anos.
o vinil está de regresso.
25 de abril sempre.

sábado, 5 de abril de 2014

comunidade - Luiz Pacheco